Os médicos do hospital Sírio-Libanês esperam anunciar na próxima sexta-feira, dia 17, que o tumor na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi completamente eliminado. No entanto, segundo pessoas próximas a Lula, o ex-presidente terá que fazer acompanhamento periódico durante os próximos cinco anos até que possa ser considerado totalmente curado. “Os médicos têm dito que os exames clínicos apontam uma regressão de 100% do tumor”, disse um ex-colaborador e amigo pessoal de Lula.
Entenda o caso: Lula é diagnosticado com tumor na laringe
Atualmente o ex-presidente atravessa a pior fase do tratamento. Nos últimos 10 dias, ele foi obrigado a cancelar compromissos e parou de ir ao Instituto Lula. Por recomendação médica, cancelou a participação no desfile da Gaviões da Fiel, cujo enredo é em sua homenagem, e no aniversário de 32 anos do PT, comemorado nesta sexta-feira em Brasília.
Lula insistiu até onde foi possível no que se refere a sua participação no carnaval paulistano. Ficou combinado que ele passará por última avaliação médica na véspera da festa, mas colaboradores admitem que a hipótese de ele comparecer só vem sendo sustentada para evitar o esvaziamento do desfile da Gaviões.
Foto: AE
Segundo relatos, Lula atravessa pior fase do tratamento contra o câncer
O tratamento não só impede Lula de participar do carnaval, como também levou o ex-presidente a cancelar um encontro reservado que teria com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, marcado para sábado, em Brasília. A reunião aconteceria na embaixada venezuelana em Brasília e contaria com as participações da presidenta Dilma Rousseff e dos ex-ministros José Dirceu e Franklin Martins.
A assessoria de Lula não confirma o encontro, mas o próprio Chávez revelou, na TV venezuelana, o cancelamento do compromisso. “Ele está passando uns dias duros por causa do tratamento que às vezes queima, às vezes inflama, às vezes comer custa um pouco”, disse Chávez. A inconfidência causou mal estar entre colaboradores do ex-presidente.
Reta final
Na sexta-feira que vem o ex-presidente será submetido à última das 30 sessões de radioterapia. No mesmo dia os médicos farão o exame do tipo PET scan que dará o resultado definitivo do tratamento.
Apesar do prognóstico de sucesso do tratamento, Lula só estará apto a retomar suas atividades em meados de maio devido ao caráter cumulativo dos efeitos colaterais da radioterapia.
De acordo com pessoas próximas, Lula perdeu cerca de 9 kg nas últimas semanas. A radioterapia tem provocado aftas e inflamações de garganta que causam fortes dores. O ex-presidente tem se alimentado somente com líquidos.
Na posse do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no dia 24 de janeiro, funcionários do Palácio do Planalto lhe ofereceram uma salada de frutas, mas Lula não conseguiu engolir. Fizeram então uma espécie de papa, que o ex-presidente também não conseguiu ingerir.
Lula tem passado os dias no apartamento em São Bernardo do Campo. Ele tem lido diversas biografias, entre elas as de Nelson Mandella, Franklin Roosevelt e o livro A vida quer é coragem, do jornalista Ricardo Amaral, que relata a vida de Dilma.
Além disso adquiriu o hábito de ver televisão nos dias de semana, algo que não tinha tempo para fazer nas últimas décadas. “Mesmo em casa, ele sempre foi muito inquieto. Sabe quando a vida muda totalmente?”, explicou um amigo.
Voz
Em alguns dias, o ex-presidente fica quase totalmente afônico e seus interlocutores precisam se aproximar para entender o que ele quer dizer. Isso não o impediu de fazer ligações para articular a indicação de Jilmar Tatto como líder da bancada do PT na Câmara e parabenizar o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), pela condução da greve da Polícia Militar.
Ainda assim, o ex-presidente passa por sessões de fonoaudiologia e consultas com dentistas para tentar amenizar os efeitos do tratamento. Segundo relatos, Lula estava prevenido para as dificuldades. Cerca de três semanas atrás ele foi abordado por um auxiliar que comentou a boa forma do ex-presidente apesar da radioterapia. “Hoje estou bem mas vou ficar mal”, respondeu Lula.
Apesar dos incômodos desta fase do tratamento, o ex-presidente e pessoas próximas estão animados e otimistas com o resultado. “Poderíamos estar falando agora da necessidade de uma cirurgia. Poderíamos estar falando de perda de voz ou de metástase. Mas estamos falando apenas da impossibilidade de participar de um desfile de carnaval”, resumiu um colaborador.
Apesar dos incômodos desta fase do tratamento, o ex-presidente e pessoas próximas estão animados e otimistas com o resultado. “Poderíamos estar falando agora da necessidade de uma cirurgia. Poderíamos estar falando de perda de voz ou de metástase. Mas estamos falando apenas da impossibilidade de participar de um desfile de carnaval”, resumiu um colaborador.
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