Meu nome é Gabriela, tenho 32 anos, nasci no RJ, cresci em uma família cercada de amor e cuidados e atenção. Apesar de ter crescido em uma família católica ouvindo sempre os ensinamentos de Deus, achava tudo isto uma grande besteira, meu discurso era de que o ser humano é o único responsável por sua própria existência.
Em minhas preleções cheias de propriedade eu defendia a liberdade da mulher, o aborto e a não existência de Deus.
Em uma vida atribulada e com valores invertidos, fui construindo uma personalidade vaidosa, fútil e egoísta. Com objetivos traçados, eu lutava para conseguir atingi-los na ilusão que minha beleza era eterna e que a minha inteligência era acima do comum. Como estudante e depois como jornalista, trabalhei com artistas famosos e intelectuais, para a maioria das pessoas o aborto era considerado algo normal. Então quando me vi grávida não cheguei sequer a cogitar a opção de ser mãe. Sem nenhum remorso fui a uma clínica para a consulta pela manhã e marquei o procedimento para o mesmo dia à tarde.
Minha única preocupação foi perguntar ao médico se estaria boa para trabalhar no dia seguinte, pois havia o lançamento de um livro e eu precisava estar lá para mostrar o quanto eu era competente.
Acompanhada do meu namorado, que ainda tentou me demover da idéia, alegando que financeiramente um filho seria viável e que gostava de mim, me dirigi para cometer o maior erro da minha vida. Para ele apenas afirmei que era eu quem tinha o direito de decisão, pois para mim a mulher é quem podia decidir ter ou não um filho. Fiz o aborto sem nenhuma dor de consciência e fui tocando minha vida sem Deus.
Ignorante, eu imaginava que éramos os seres humanos, os únicos responsáveis por nossos destinos e que Deus não passava de uma figura inventada para acalentar os fracos.
Um tempo após ter feito o aborto, fui convidada para ir ao MT para um trabalho, já restava com 26 anos, peguei um avião e parti ao que seria minha maior escola.
Em MT, pela vontade de Deus acabei parando em uma cidade fronteiriça com a Bolívia, marcada pela pobreza em demasia e pela promiscuidade. Nesta cidade, conheci um rapaz por quem me apaixonei (era para eu ficar por 4 meses fazendo um documentário sobre população ribeirinha), joguei tudo para o alto para viver este amor e casei-me em dezembro de 2007.
Mas minha vida não foi fácil, meu marido me traía e fui muito humilhada, com a tristeza acabei engordando 24 kg, perdendo a beleza que tanto eu exaltava, não tinha emprego como jornalista, então fui dar aulas de inglês, meu trabalho não tinha nenhum glamour de outros tempos, meus pais não estavam mais por perto para limpar as besteiras que eu fazia. Eu que adorava festas e passava madrugadas nas altas rodas, sofria pelos sumiços de meu marido, que só retornava bêbado pela manhã. E eu que sempre fui tão dona de meu nariz, andava de cabeça baixa resignada. Em meio a toda esta dor fui apresentada a Jesus, comecei a rezar e de alguma forma Ele me acalentava. Certo dia, fui a Catedral que existe aqui na cidade e ajoelhada em frente à imagem de Nsa. Senhora chorei um choro doído que me fez entender muita coisa e agradeci o sofrimento, pois percebi que Deus me deu a oportunidade de sofrer para pagar um pouco os imensos pecados. Naquele momento tive a consciência que cometi um assassinato. Havia matado meu próprio filho! O sofrimento devastou minha alma como uma grande onda, este sofrimento foi como uma bofetada que me fez despertar.
Hoje meu marido se arrependeu da traição e vivemos melhor, voltei a trabalhar como jornalista em uma universidade, nunca mais tive a beleza de antes. Desejei muito ter um filho, fiz várias tentativas, mas nunca consegui engravidar de novo. Sofro muito até hoje e a culpa me persegue.
Percebi que Deus tinha um propósito para minha vida e hoje converso com muitas jovens sobre a importância da solidez de uma família e sou militante CONTRA o aborto. Quero adotar uma criança e dar amor e valores a ela, mas sei que terei esta marca impressa para toda a eternidade.
Dou meu testemunho porque quero de alguma forma ajudar a quem tem dúvidas. Nos fazem acreditar que para ser feliz basta termos uma boa profissão, ter liberdade de fazer o que quiser e não temer a nada nem a ninguém. Hoje sei que os limites são necessários e que a família é um bem precioso.
Deus é um pai de imensa bondade e sua justiça é infalível, por isto agradeço minhas lágrimas, só através delas pude dissolver a cegueira do egoísmo e da vaidade.
Eu imploro, não cogitem fazer um aborto. A vida é um presente de Deus e filhos bênçãos maravilhosas! Não caiam no mesmo erro que eu, a culpa é um chicote que abre feridas que nunca se cicatrizam.
Gabriela
***
“Não caiam no mesmo erro que eu”
(a história de alguém que se deixou seduzir pela falácia abortista)
[Este depoimento foi recebido por correio eletrônico em 29/09/2011
A autora deu permissão para sua publicação]
Fonte: http://www.providaanapolis.org.br/naocaiam.htm
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