segunda-feira, 21 de maio de 2012

DEPRESSÃO, E AGORA?

Hoje em dia já não é tão difícil falar sobre a depressão afinal ela já foi classificada como “o mal do século”, ainda assim existe muito preconceito quando se fala nela.
Muitas pessoas acham que depressão é doença “de quem não tem o que fazer”, de pessoas fracas, de quem não reza, de quem não luta… mas não é verdade. Ela é uma doença e, com certeza, todos os que sofrem dela não gostariam de estar nesta situação.

depressao
Assumir a depressão chega a ser humilhante, pois além de tudo é preciso consultar um psiquiatra e daí… outro preconceito: psiquiatra é “médico de louco”. Eu costumo dizer que, na verdade, é para não ficar louco!
O maior risco da depressão é camuflá-la… quanto mais tempo demoramos para buscar ajuda mais sofrimento enfrentamos. Partilho aqui, com vocês, a minha experiência…
Há vários anos atrás, partilhando minha vida com Ir. Lucimar em Londrina/Pr, percebi que seu semblante mudou e ela me disse: Carla, eu tenho a impressão de que você está depressiva mas não posso afirmar porque somente um psiquiatra pode dar o diagnóstico correto. Pronto! Meu mundo caiu! Como assim? Logo eu, uma missionária da Comunidade Canção Nova há tantos anos, podia estar com depressão?
Assim que o choque passou comecei analisar… tenho pai e mãe depressivos seria difícil fugir desta realidade. Chegando a Cachoeira Paulista, procurei um psiquiatra que a princípio diagnosticou uma bipolaridade. Iniciei o tratamento com medicação que logo foi interrompido, pois engravidei da Sofia. Mais uma vez, meu mundo caiu! Como conduzir uma gravidez aos 38anos, depressiva e sem medicação?
depressaoAí sim Deus me mostrou a sua grandiosidade. Foi à melhor gravidez que vivi!
Sem nenhum problema e a Sofia nasceu ao final das 40 semanas de gestação e de parto normal. Passado um tempo resolvi retomar o tratamento, mas quis trocar o médico uma vez que não me via bipolar, pois não sentia os picos de euforia. Busquei outro profissional que me diagnosticou com “distimia” (depressão crônica, de intensidade moderada), que não tem cura, mas é controlável.
Hoje é esta a minha realidade. Sei da enfermidade e faço tratamento com medicação e psicoterapia, além de me esforçar para fazer uma atividade física (muito difícil… é preciso um esforço sobrenatural), mas consigo conviver bem no dia a dia e ter mais qualidade de vida pessoal, familiar, comunitária e profissional.
Existem dias que dá aquela tristeza da alma, vontade de não fazer nada, mas sei o quanto isto não me fará bem e dou uma resposta diferente.

Existem dias também que necessitamos fazer algo diferente, algo só nosso, sair sozinha, comer algo que tem vontade, etc. Não é feio ter desejos e necessidades e muito menos pensar em nós, de vez em quando. Pelo contrário, faz bem.
Não posso deixar de relatar aqui a colaboração da família e dos mais próximos. O que mais nos faz bem é sermos acolhidos naquilo que estamos vivendo, sabermos que não somos peso mas que todos, a seu modo, se preocupam e querem nos ajudar.
Por isso, se você hoje descobriu ou foi diagnosticada (o) com depressão, não se desespere! É possível conviver com ela basta buscar ajuda profissional apropriada.

Tem jeito! Do jeito de Deus e não do meu jeito!

Carla Astuti.

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