quarta-feira, 15 de junho de 2011

Igreja Católica deve ser seguida como exemplo em assuntos sociais

Luanda – O especialista em assuntos sociais Vicente Pinto de Andrade exortou hoje, em Luanda, as instituições religiosas no país a seguirem o exemplo da Igreja Católica, por ser um exemplo em assuntos sociais e humanitários.

Em declarações à imprensa no âmbito do workshop sobre lema “O Fenómeno Religioso em Angola: Um debate recorrente”, que decore na Assembleia Nacional, Vicente Pinto de Andrade referiu que algumas congregações religiosas buscam o lucro financeiro, sendo necessário “temperar” esta busca com acções sociais.

Segundo disse, quando se trata de acções sociais a Igreja Católica tem tido e vai continuar a ter um papel muito importante, uma vez que desde o seu início deu relevo ao ensino, educação, as ciências sociais, mas do que as actividades lucrativas.

As igrejas evangélicas, sublinhou, privilegiaram e acentuaram a importância da actividade lucrativa, do enriquecimento como forma de realizar os seus desígnios.

Ao abordar sobre o aparecimento de mais igrejas no país, o docente universitário disse que este fenómeno é natural, atendendo no mundo globalizado, onde as pessoas têm agora mais liberdade de expressão, o que não acontecia no passado.

“No nosso país, no passado, as pessoas não tinham liberdade de se expressar, não podiam criar associações, nem formações políticas, ou se exprimirem, mas agora numa fase inicial do processo democrático é natural as pessoas procurarem se afirmar, se organizarem e poderem se exprimir de forma espiritual ou política”, expressou.

Em sua opinião, a actividade religiosa deve ser regulada de forma que não surjam certas congregações a pregarem o que não vai com os ideais da sociedade por ser uma actividade pública.

O especialista, que dissertou o tema “Instituições religiosas, sociedade civil e desenvolvimento humano”, frisou que a actividade por ser regulada não significa que os órgãos vão limitar os direitos das pessoas se exprimirem.

“O que é importante salientar é que algumas destas denominações religiosas pratiquem actividades lesivas aos direitos dos cidadãos e limitem os direitos das pessoas, como tem acontecido”, justificou.

O desenvolvimento económico e social do país, realçou, é que vai fazer com que as pessoas se identifiquem de uma forma mais agregada do que a fragmentada, como tem se registado em certas igrejas.

O encontro, que começou na terça-feira e termina hoje, foi aberto pela ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, e conta com a participação de membros do Executivo, bispos de igrejas, apóstolos, pastores, sociólogos, antropólogos, especialistas nacionais e estrangeiros.

Fonte: angop.com

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