Papa Bento 16 anunciou nesta segunda-feira (11) a renúncia ao pontificado, segundo o Vaticano. Ele deve deixar o posto em 28 de fevereiro.
Em
comunicado, feito em latim durante uma assembleia de cardeais na qual se
discutia um processo de canonização, Bento 16 disse que deixará o cargo devido
à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer a função.
"Após
ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza
de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o
ministério petrino", disse o papa em um surpreendente anúncio durante o
consistório para marcar as datas de canonização de três causas.
O
pontífice, que completará 86 anos em abril, afirmou que "no mundo de hoje
(...), é necessário o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos
últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha
incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado".
"Por esta razão, e consciente da seriedade deste ato, em completa
liberdade, eu declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de
São Pedro", acrescentou o papa.
AS PALAVRAS DO PAPA
Esta
é apenas a segunda vez que um Papa da Igreja Católica renuncia ao pontificado.
O
cargo ficará vago até a eleição do próximo papa.
Aos
78 anos, ele foi um dos cardeais mais idosos a ser eleito papa.
Biografia
O
cardeal alemão Joseph Ratzinger foi eleito papa em 19 de abril de 2005, em
substituição a João Paulo 2º, que havia morrido em 2 de abril de 2005.
Bento
16 é o 265º papa e o primeiro a ser eleito no século 21. Ele assumiu o posto em
meio a um dos maiores escândalos enfrentados pela Igreja Católica em décadas -
o escândalo de abuso sexual de crianças por clérigos.
Líder
da Congregação para a Doutrina da Fé, Bento 16 contou com o apoio das alas mais
conservadoras da igreja à época de sua escolha como sumo pontífice.
Ratzinger
nasceu em 16 de abril de 1927 em Marktl, Alemanha, e entrou para o seminário
aos 12 anos. Na adolescência, estudou grego e latim, e mais tarde se doutorou
em teologia pela Universidade de Munique.
É
conhecido como grande estudioso e possui sólida carreira acadêmica. Na
Igreja, ocupou o posto de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé,
responsável por difundir e defender a doutrina católica.
Com
a morte de João Paulo 2º, Ratzinger foi eleito pelos cardeais em abril 2005 e
adotou o nome de Bento 16.
Durante
a Segunda Guerra, chegou a ser convocado para combater nos esquadrões
antiaéreos alemães. Dispensado, acabou sendo recrutado primeiro pela legião
austríaca e depois pela infantaria alemã, da qual desertou em menos de dois
meses.
De
volta ao seminário, foi ordenado padre em junho de 1951. À função, somou o
trabalho como professor de teologia, primeiro na Universidade de Bonn e depois
na de Regensburg, onde seria reitor.
Em
março de 1977, tornou-se arcebispo de Munique e Freising e, menos de três meses
depois, foi criado cardeal pelo papa Paulo 6º. Já sob João Paulo 2º, em 1981,
Ratzinger tornou-se o líder da Congregação para a Doutrina da Fé.
Neste
cargo, Ratzinger reprimiu com força os teólogos que saíram de sua doutrina
rígida e alienou outras denominações cristãs dizendo que não são igrejas
verdadeiras.
Chamado
de Guardião do Dogma, ele combateu o sacerdócio feminino e condenou a
homossexualidade, além de ser contra a comunhão aos divorciados que voltarem a
se casar e a impedir o crescimento do laicismo dentro da Igreja, mas não se
considera um "durão".
Estaremos em oração pela igreja de Cristo!
ResponderExcluirParabéns Papa Bento 16 pela humildade!