Com apenas 38 anos idade, ele usa vocabulário jovem para se comunicar com fiéis. Benedito está há nove anos no Ministério Sacerdotal. Ele foi encardinado na Diocese de Santo Amaro (SP) e natural de Marília (SP).
Suas missas de cura e libertação ganharam notoriedade por serem diferentes das convencionais. Animadas, as celebrações têm atraído milhares de pessoas.
Há dois anos e meio, o padre está na Diocese de Jardim-MS na Paróquia Nossa Senhora do Rosário em Dois Irmãos do Buriti sob a orientação de D. Jorge, bispo da cidade de Jardim.
No livro “Traficando Almas”, o padre relata os milagres que Deus operou em sua vida, e como chegou "ao fundo do poço nas drogas" até ser resgatado pelo Espírito Santo para servir de auxílio a quem precisa.
Capital News - Como o senhor descobriu a sua vocação e como aconteceu essa transformação em sua vida?
Padre Benedito - Foi através de um leigo, um homem de oração, chamado Joãozinho de Brotas, em um grupo de oração da Renovação Carismática Católica (RCC). Entrei no grupo de drogados. Eu usava drogas naquele tempo, muitas drogas, inclusive craque e cocaína. Dentro de um grupo de oração como esse, numa missa de cura e libertação eu fui tocado. Nos momentos de orações fortes como essas, eu fui tocado por Jesus. Ele passava por santíssimo, que pra nós não é um símbolo de fé, mas é o centro da nossa fé, e ali eu fui tocado por Jesus, abandonei as drogas e comecei a minha caminhada na igreja.
Daí estudei oito anos no seminário e me ordenei sacerdote em 14 de dezembro de 2002, na diocese de Santo Amaro. Meu bispo é dom Fernando, o mesmo bispo do Padre Marcelo Rossi. Daí sim como padre sacerdote da missão RCC, como carismática, comecei a fazer esse trabalho junto com o Padre Marcelo. A inspiração da missa de cura do Santo Amaro com padre Marcelo Rossi foi dele.
Pessoas sente a presença do Divino Espirito Santo
Foto: Isabela Carrato/Capital News
Padre Benedito - Estive no Paraguai, no Canadá e nos Estados Unido da América.
CapitalNews - O senhor enfrenta algum tipo de problemas com a igreja católica por conta do senhor fazer parte do Movimento Renovação Carismática Católica (RCC)?
Padre Benedito - É um movimento católico que surgiu nos Estados Unidos em meados da década de 1960. Ele é voltado para a experiência pessoal com Deus, particularmente através do Espirito Santo. Porém sempre há controvérsias na igreja, mas nada que atinja aos movimentos, apenas discódias.
Capital News - O que leva a juventude a procurar as drogas na opinião do senhor?
Padre Benedito - Eu falo que é uma carência muito grande. Às vezes uma carência de amor que não tem dentro de casa, às vezes a família é toda bagunçada desorganizada, às vezes tem muitas brigas, às vezes não tem aquela paz, aquele amor, aquela reconciliação. Então às vezes a família está um pouco desorgazida. E muitos os jovens como fuga, buscam no mundo, principalmente no mundo das drogas algo para preencher o vazio que eles estão sentindo no coração. A nossa sociedade e o mundo hoje não respondem mais essa ansiedade do jovem, então surgem as dúvidas e questionamentos.
Então os jovens para preencher esse vazio, essa carência, eles buscam algo mais forte para preencher esse vazio, e infelizmente caem no engano das drogas. E aí eles acabam se rebentando e destruído a vida deles. Eu também comecei a usar drogas por causa disso. Não tinha amor dentro de casa, minha família era bagunçada. Meu pai foi alcoólatra durante 25 anos. Então se você não tem em casa você vai busca nas ruas, e daí o caminho é muito pior.
Capital News - Qual serviço religioso que o senhor presta para a sociedade?
Padre Benedito - Eu criei na sociedade uma missão, chama Missão Pericana, são casas de recuperação de drogados. Então nós temos casas femininas e masculinas. No Paraná temos em sete cidades, Ubiratam é uma delas, Farol, Quinta do Sol, são algumas delas. Temos em São Paulo. São casas de dependentes químicos, onde nós temos meninos que já foram drogados, viciados em drogas, se recuperando. Jovens que estavam comigo nesse trabalho, hoje são pessoas coordenadoras dessas casas, então é um trabalho bonito que nós fizemos.
Então temos casas feminina e masculina. No Mato Grosso do Sul, não tenho. Eu tive com projeto aqui, mas não tive o apoio dos políticos na época, não tive o apoio das pessoas e não tive o apoio da sociedade. Eu quis trazer essa missão pra cá, corri atrás de fazendas, corri atrás de chácaras corri atrás de político, nenhum deles me estendeu as mãos. Então não pude realizar esse trabalho aqui, até porque não tive o apoio social e político.
Missa contagia seus fiéis
Foto: Isabela Carrato/Capital News
Padre Benedito - Isso tudo vai depender do meu Bispo, se eu tiver o aval dele. Era para trazer uma casa que para cá. Na época, ela não foi acolhida, então ela não pode estar aqui. Mas futuramente tenho sonhos, tem pessoas que querem e que pedem para o Padre. Tem uma equipe que estou formando, quem sabe se for à vontade de Deus futuramente nos podemos criar aqui em Campo Grande (MS) ou Dois irmãos do Buriti (MS).
Por Isabela Carrato - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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