quinta-feira, 14 de abril de 2011


Meu coração ainda está perplexo em contemplação, estagnado diante de um Deus tão grande capaz de se inclinar até a nossa pequenez e desejar-nos como filhos que O chamam ternamente de pai.

Explico-me: acabei de ver o filme “A Evolução das espécies de Chalés Darwin”, e como a nossa subjetividade só vê mesmo o que quer, eu vi um grande cientista cheio de certezas, rezando diante da imagem de cristo, pela saúde de sua filha, vi a batalha de um cristão consigo mesmo num duelo entre fé e razão, vi um grande homem, no qual muitos se gloriam por ser aquele que definitivamente matou Deus, vi esse homem psicótico que via a imagem da filha por onde quer que ele fosse, vi um homem reconhecer sua humanidade e impotência diante de Deus perante a morte, as questões existencialistas, e tantas outras.

Se me permitem dizer, ainda que sendo apenas um mero aprendiz, Darwin foi mais Nitzcheano que o próprio Nitzcher, embora a humanidade creia que ambos mataram Deus, Darwin foi um super-homem, e que poderia eu entender por esse termo se não alguém que reconhece diante de si mesmo, diante da humanidade e diante de Deus que, não é nada?

Super-homem é o homem que mais que qualquer um reconhece sua impotência diante da morte e da vida, que no auge de sua sabedoria reconhece a suprema inteligência ordenadora do universo, a qual nós preferimos chamar de pai, super-homem é o homem no seu mais alto grau de humanidade, impotência e porque não dizer humildade, ainda estou falando de Darwin, no entanto mais parece que falo de cristo, alguém tão grande que soube ser um super-homem, encarar as limitações e obedecer a Deus-pai, antes que qualquer outra coisa.

Nitzcher, por outro lado, nada tinha de super-homem(com todo respeito ao grande pensador que ele foi, e com sua contribuição), não soube superar-se em suas crises existenciais, “matou Deus”, e no entanto enlouqueceu no fim da vida, e por fim enforcou-se. Ora, certamente não é de felicidade que um homem se enforca, se ainda fosse um acidente, mas nem isso! Nitzcher se matou certamente por grandes perturbações interiores que ele fazia questão de esquecer e de matar com Deus, e as vezes bem como ele acabamos por esquecer o que é ser homem para depois tentarmos ser um super-homem, coisa que ele não foi.

Nitzcher negou seus problemas e fugiu deles querendo ser um super-homem, como se este fosse o homem mais forte do mundo, mas apenas conseguiu problemas, como alguém que diz que não gosta de festa de aniversário justamente por nunca ter tido um, negar a realidade ameniza a dor, mas querendo ser grande foi nada, enquanto ser homem consiste em ser pequeno, mortal, limitado, imagine ser um super-homem?

Homem é aquele que reconhece suas limitações humildemente, que chora e se vê impotente, e que por isso reza, homem é um ser limitado e imperfeito, carente de ser amado, doido pra encontrar seu Deus e abraça-lo como o filho perdido, “todo homem é sempre um menino”, ser homem é olhar pro céu tão grande e depois pra mim mesmo tão pequeno perdido no universo e impotente diante da vida e da natureza, e dizer “Meu senhor e meu Deus, só em ti encontro a minha paz, meu amigo e meu pai eu cada dia mais reconheço que EU SOU NADA”.

Não foi Nitzcher, com todo respeito a ele, que me mostrou o que é ser um super-homem, já o sabia quando vi Jesus naquela cruz ensangüentado, que amor se inclina e se apaixona pela nossa humanidade, a nossa fraqueza.

Darwin morreu e foi enterrado como cristão, pois se confessa como tal, quem sou eu para não faze-lo? Diante de ti, e de tudo que me cerca super-homem só pode ser homem no mais alto grau: pequenez, pobreza, impotência, adoração e reconhecimento isso sim é ser um super-homem!

“Hó fé não tenhas medo da razão, razão! Quem te criou foi Deus!”

(Vertitatis Splendore, Jonnes Paullus II°)

Seminarista Georje Gonçalves, 2° ano de filosofia, diocese de Petrolina_PE

Georje_geo@hotmail.com

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