sábado, 14 de setembro de 2013

As fofocas são criminosas, pois matam Deus e o próximo, diz Papa

Missa com Francisco

 

Francisco destacou que falar mal do próximo é hipocrisia de quem não consegue olhar para os próprios defeitos

Da Redação, com Rádio Vaticano
As fofocas são criminosas, pois matam Deus e o próximo, diz Papa
Em Missa, Francisco destacou o perigo da fofoca. Foto: Rádio Vaticano

Na Missa desta sexta-feira, 13, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco refletiu sobre o perigo da fofoca. Ele advertiu que quem fala mal do próximo é um hipócrita, que não tem a coragem de olhar para os próprios defeitos.
“Por que reparas no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?”. Com esta pergunta feita por Jesus, Francisco iniciou a homilia; uma pergunta que mexe com a consciência de todos os homens, de todos os tempos.
O Papa observou que Cristo, após falar da humildade, fala do seu oposto, ou seja, da atitude de ódio para com o próximo, de julgar o irmão. Para estes casos, Jesus usa uma palavra dura: hipócrita.
“Aqueles que vivem julgando o próximo, falando mal do outro, são hipócritas, porque não têm a força, a coragem de olhar para os próprios defeitos. O Senhor afirma que quem tem no coração ódio do seu irmão é um homicida… Também o Apóstolo João, na sua primeira Carta, é claro: quem odeia e julga o seu irmão caminha nas trevas.”
Segundo o Papa, todas as vezes que se julga um irmão no coração e, mais ainda, se fala disso com outras pessoas, o cristão se transforma um “cristão homicida”.
“Um cristão homicida … Não sou eu quem digo, eh?, é o Senhor. E sobre este ponto, não há meio termo. Quem fala mal do irmão, o mata. E nós, todas as vezes que o fazemos, imitamos aquele gesto de Caim, o primeiro homicida da história”.
O Santo Padre acrescentou que neste período em que se fala de guerras e se pede tanto a paz, faz-se necessário um gesto de conversão. “As fofocas fazem parte desta dimensão da criminalidade. Não existe fofoca inocente”. A língua, disse ainda citando São Tiago, é para louvar a Deus, mas quando usada para falar mal do irmão ou da irmã, ela acaba por matar a Deus, a imagem de Deus no irmão.
Francisco destacou, por fim, que não vale a argumentação de que alguém mereça intrigas. Nesses casos, o que se deve fazer é rezar pela pessoa e, se necessário, falar com alguém para resolver o problema, mas sem espalhar a notícia.
“Paulo foi um grande pecador, e disse de si mesmo: ‘Antes eu blasfemava, perseguia e era violento. Mas tiveram misericórdia’. Talvez nenhum de nós blasfeme – talvez. Mas se alguém faz intriga, certamente é um perseguidor e um violento. Peçamos para nós, para toda a Igreja, a graça de nos converter da criminalidade das intrigas ao amor, à humildade, à mansidão, à magnanimidade do amor para com o próximo”.

Homilia Diária Olhemos para a cruz com olhar de fé

Olhemos para a cruz que temos na nossa casa, a cruz que, muitas vezes, carregamos conosco, aquela está na Igreja… A cruz nossa de cada dia. E olhemos para ela com olhar de fé.
“Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Nós celebramos, hoje, o dia da Exaltação da Santa Cruz. Louvores, honras e glórias se deem a Jesus Cristo Crucificado, Aquele que morreu por mim e por você.
Que nós, hoje, olhemos para a cruz que temos na nossa casa, a cruz que, muitas vezes, carregamos conosco, aquela está na Igreja, no cemitério… A cruz nossa de cada dia. E olhemos para ela com olhar de fé.
Sabe, meus irmãos, a cruz, no Antigo Testamento – o madeiro –, era tida como um sinal de maldição. O livro do Deuteronômio diz: “Maldito seja todo aquele que for pregado no madeiro” (cf. Dt 21,22-23). Era o pior dos espetáculos! Era o pior castigo para os crimes mais bárbaros, hediondos, que se cometiam naquela época. Era a pena de morte mais cruel: alguém ser exposto e pregado numa cruz.
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, no entanto, que não cometeu pecado algum, não cometeu crime algum, por nós foi crucificado. Desde então, a cruz – que era maldição – tornou-se bênção. A cruz que era o sinal dos perdidos, tornou-se o sinal dos redimidos, dos salvos pelo Senhor. Por isso, a Igreja exalta a Santa Cruz. Não é a “cruz pela cruz”, mas a cruz onde foi crucificado Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Quando olhamos para o Cristo Crucificado, damos mais sentido às cruzes nossas de cada dia, os nossos sofrimentos, as nossas dores, a tudo aquilo que temos de passar na vida como consequência da nossa existência.
O Cristo Crucificado nos dá força. Ele dá um sentido novo, salvífico, um sentido redentor à cruz que cada um de nós carregamos.
No dia de hoje, eu quero convidar você a não desanimar, a carregar firme a sua cruz, a olhar para Jesus Crucificado e clamar: “Senhor, piedade, misericórdia de mim! Senhor, dê-me força, coragem, ânimo para que eu não desanime com a minha cruz”.
Que Jesus Crucificado seja para nós luz e salvação.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Facebook Twitter